P A R A N G O L É


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PARANGOLÉ:

Esse termo foi utilizado para designar os estandartes e capas que eram completados pelo movimento dos corpos que os ostentavam e os vestiam. Logo, tornou-se nome genérico não só dos objetos produzidos a partir de materiais pobres, residuais e avulsos, que valorizavam técnicas populares de ornamentação e construção (pode-se dizer que é “uma espécie de Pau-Brasil urbano e suburbano, vestimental e arquitetônico”), mas também de um estilo de “visualidade espetacular”. Incluem-se aí os seus desdobramentos fotográficos e vídeos. E isso com uma força bem maior que as invenções anteriores.

O parangolé parado, docemente ou docilmente pousado sobre alguma coisa não existe em sua totalidade. O Parangolé só existe, efetivamente (e afetivamente), à medida que a pessoa o veste, dando-lhe outras formas, movimento, desenvolvendo uma linguagem própria àquela estrutura.

Essa atitude (concepção e produção) teve como iniciador o artista plástico Hélio Oiticica, que nitidamente buscou romper com o espaço entre objeto-de-arte e espectador, estabelecendo um outro tipo comportamental de arte-movimento (interação-integração).

O Parangolé se movimenta, se transforma, faz as cores e as formas saírem da inércia, viajarem, irradiando feixes de luz pelos diversos espaços.

 

O MOVIMENTO PARANGOLÉ:

O Movimento surgiu em 1991, em Campinas (SP), durante o Congresso da UNE, com Francisco Araujo e Ramon Zapata. Essa atitude primordial teve como elemento básico a constatação de que a UFMA (Universidade Federal do Maranhão) era um grande parangolé, mas docilmente pousado às margens do manguezal do Rio Bacanga. Os alunos eram meros espectadores passivos (entre eles, nós).

O Movimento Parangolé é então como um convite à participação, isto é, que todos (mesmo que cada um ao seu modo) vestissem aquele parangolé pousado e lhe desse vida, cor e linguagem próprias às suas estruturas.

O nosso primeiro ponto de atuação foi no dito “movimento estudantil”, onde disseminamos muita irreverência e antiortodoxia, sempre defendendo a liberdade e a coerência. Era uma atitude política/estética no contrapelo das correntes partidárias. E nisso destilamos muitas lágrimas e risos, e revelamos que o paraíso não estava habitado só por santos (aos nossos opositores daquela época, saudações). 

Mas desde o início não ficamos restritos ao “espaço do movimento estudantil” e da UFMA, buscando, desde cedo, estar e atuar em diversos centros.

Estamos completando dez anos (1991-2001). No momento  iniciamos à construção de um coletivo de estudo e de projetos sociais, de uma revista eletrônica  e com A Palavra Nu damos início às publicações de poesias, brevemente publicaremos também contos.

O riso, a paixão, o tesão, o humanismo, continuam caminhando bem libertariamente.

 

Parangolés: Francisco Araújo * Ramon Zapata* Jean Magno